terça-feira, 14 de julho de 2009

(13.01.09) Brasil.

Entrei no avião e fui procurar meu lugar.
Estava torcendo pra pegar uma poltrona "solitária", mas não demorou muito e um escocês sentou ao meu lado.

Quando o avião decolou e Edinburgh se abriu aos meus olhos, eu comecei a chorar quietinha, rezando para que não fosse a última vez que eu iria ter o prazer de ver aquela paisagem.
No fundo, algo em mim dizia que eu iria voltar um dia, mas era impossível conter as lágrimas frente a cidade que me acolheu tão bem nos últimos 6 meses e que me trouxe tantas mudanças e alegrias.

Chorei até Paris. Uma mistura de sentimentos tomavam o meu corpo: medo de não me readaptar no Brasil, medo de brigar com a minha mãe como brigamos este fim de ano, medo de não encontrar a pessoa certa que não encontrei aqui por falta de tempo, medo de esquecer tudo que aprendi. Fora a euforia: quem será que vai estar no aeroporto me esperando? Será que vou chocar muito as pessoas com esse meu novo "lifestyle"? Vou conseguir me manter assim?
Tudo junto. Acho que a choradeira foi por isso também e não somente pelas saudades que eu já estava sentindo da Escócia, sendo que mal a havia deixado.

Mas aconteceu algo que me tirou do foco das saudades! Por pouco, não perco o vôo para o Brasil.
Chegando no aeroporto de Paris, percebi que não sei por qual razão, o vôo de percurso Escócia-França tinha atrasado e tive que sair correndo para o portão de embarque, onde as comissárias aguardavam a mim e a mais 2 passageiros, somente.

E ao entrar no avião, ja tive uma noção do choque cultural que iria levar ao chegar no Brasil: o povo falando alto, crianças chorando, pedindo coisas sem parar, rindo... lembrei do Max e sua frase de praxe extremamente cabível: Oooh povo feio!! hahaha.
Mas eu também me enquadrava nesse perfil. Em pouco tempo fiz amizade com a mulher da poltrona de trás, a da frente, com a comissária brasileira e com a francesa - o que me deu certas regalias, só pelo fato de conseguir se comunicar comigo (em inglês, claro). Ganhei sorvete e lanche extra no avião.

Não dormi a viagem inteira, estava muito ansiosa.

Ao chegar no aeroporto de Guarulhos, quase tive um ataque de sei-la-o-que, por vários motivos:

1) O check-out era uma palhaçada! Brasileiros para um lado, gringos para o outro. O detalhe é que havia 1 gringo para 20 brasileiros, o que formou uma fila gigantesca de conterrâneos. Para tentar organizar (sem sucesso, pq alguns queriam e tentavam mesmo cortar fila), os caras ficavam gritando, totalmente sem etiqueta, pelos corredores do local.
2) Senti um calor insuportável. Sério, achei que fosse desmaiar. Saí de um frio de -6° e chego aqui no dia mais quente do ano.. nada mais, nada menos que 36°! Sacanagem.
Fui tirando algumas peças de roupa, na medida do possível, mas sem lugar pra por tinha que segurar tudo na mão, além do passaporte e duas malas gigantes.
3) Não conseguia falar com a minha mãe pelo celular e confesso, fiquei com receio de não ter ninguém me esperando no aeroporto.

Enfim, tirando o calor infernal, o resto foi solucionado.
Ao passar pela receita federal sem declarar nada, fui ao encontro das pessoas que foram me buscar e tive uma surpresa boa: Mamãe, Lala, Vivi, Kaka, Bia, Preto, Patrícia e Dani.

Só não chorei muito porque estava com tanto calor que até minhas lágrimas e saliva tinham secado.

Fui contemplando o caminho e matando as saudades de São Paulo... eu, com saudades de São Paulo? Foi uma surpresa.
Fomos para o apartamento (não consegui chamar o apartamento de casa), distribui alguns presentes e dei boa noite à todos.

Estranho, sinto que está tudo igual...
... menos eu.

Preciso parar de chorar.

Bjos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

(12.01.09) A última noite na Escócia.

Como não havia dormido, ainda era muito cedo quando abri a primeira mala e espalhei tudo no corredor para dobrar de novo e ver o que voltaria comigo para o Brasil e o que ficaria na Escócia.
Queria sair antes mesmo da Maura acordar, nem que fosse pra ficar perambulando pela cidade até as 6h da manhã.

Eram umas 11 horas quando a Tati me ligou convidando para almoçar, mas eu não queria deixar tudo espalhado daquele jeito.
Tomei um banho e ao sair do banheiro, encontrei a Maria me esperando e dizendo que havia escutado a briga de ontem. Ela estava magoada com tudo isso, e disse que não era a primeira vez que a Maura chegava naquele estado em casa.
Ela me abraçou e pediu para eu ficar no quarto dela até a hora do meu vôo, dizendo que queria passar as minhas últimas em Edinburgh de um jeito feliz... ela, o Daniel e eu. Completou ainda que, se eu quisesse, não precisava nem ir a cozinha pra não trombar com a Maura no meio do caminho...rs.
Achei bonitinho e decidi ficar. Ja estava fudida mesmo, o que é um peido pra quem ta cagado?

Fui almoçar com a Tati e o Júnior em um restaurante chinês perto da Princess Street para me despedir deles, mas voltei logo pra casa, antes que a Maura acordasse.

Infelizmente, não deu tempo! Quando eu voltei ela ja estava acordada e veio me chamar pra conversar.
- Desculpa Gianne. Eu estava bêbada ontem e você me interpretou mal.
- Maura, você é uma menina muito mimada e nervosinha, acha que é dona das pessoas e do mundo! Mas vou te contar uma coisa: eu era nervisinha e mimadinha assim no Brasil. Sou uma pessoa muito mais calma e pacífica aqui e não quero voltar a ser quem eu era nem quando for embora daqui. Mas sabe, não tenho medo de você e se for pra voltar a ser quem eu era pra te peitar, volto em menos de 5 segundos. Quer falar alto comigo? Vou mostrar que eu também sei gritar. Já não basta ter que pedir pra ficar aqui esses dias... mas agradeço, anyways.

Ficamos em silêncio. Eu agi assim com ela porque estava magoada ainda e percebi que eu a deixei chocada. Aquela minha imagem de menina boazinha se mostrou mutável pra ela e com um agravante: por ser um pouco assim no passado, eu sabia exatamente como pegar o ponto fraco dela, pois já precisei (e quis) ouvir isso de alguém um dia, mas nunca havia encontrado ninguém com coragem pra falar.
Ela pediu desculpas novamente, disse que queria a minha amizade e saiu. Ficou o resto do dia enclausurada no quarto dela, enquanto nós (e o Daniel) ficamo o dia todo no quarto da Maria.

Saí a noite para jantar com a Miriam num restaurante japonês que ela havia me convidado e voltamos pra casa.
Quando chegamos, a Maria e o Daniel nos aguardavam com várias garrafas de vinho, muitas músicas que tocam na Escócia e algumas histórias destes últimos 6 meses pra relembrar.

Sentada no chão, com as malas prontas na minha frente e uma taça de vinho, comecei a fazer uma retrospectiva silenciosa enquanto eles conversavam.
Faltavam apenas algumas horas pra tudo isso acabar! Tudo que construí em 6 meses...sozinha, pela primeira vez.
Eu olhava aqueles prédios cinzentos pela janela, a neve caindo, o frio lá de fora e sentia uma dor imensurável no meu peito.
Lembrei do meu primeiro dia na Escócia, o medo que senti ao chegar no aeroporto, minha família escocesa, meus amigos espanhóis indo embora depois das férias, meu primeiro trabalho, salário, o Mike...
Agora eu tenho uma vida aqui, tenho emprego, amigos.. eu posso arrumar até uma casa melhor!

Então, eu fui percebendo que havia feito a pior burrice da minha vida decidindo voltar!
Eu não sei mais viver sem essa liberdade! Eu não quero mais viver sem isso! Eu não quero voltar!!

Como um súbito, eu não consegui me conter.
Deixei as lagrimas escorrerem sem parar, na frente dos meus amigos, ao som de I still haven´t found what I´m looking for, do U2. Sim, a mesma música que tocou em todos momentos de decisões importantes que passei por aqui (coincidentemente ou não).
Pelo título, achei que desta vez foi "quase nada irônico".

O Daniel e a Maria tentavam me acalmar e falar coisas positivas, mas no fundo eles me entendiam. Um dia a hora deles também iria chegar - eles falavam - e acabavam chorando também. Eu não conseguia parar nem por um minuto.

Ficamos a madrugada inteira acordados até o taxi chegar.
Enquanto desciamos as escadas, eu só tentava não pensar no que estava acontecendo.

Olhava para cada canto da cidade como quisesse guardar aquelas imagens para sempre em minha memória, aquele cheiro, aquele frio, as pessoas.

Me senti totalmente apaixonada pela Escócia, pela Europa e por alguém que eu conheci lá: eu mesma! Aquela Gianne que se descobriu e que não queria se esconder mais, não queria mais voltar a ser o que era.

Chegando, comprei umas coisas pra comer e, como estava adiantada para fazer o check-in, voltei para fora do aeroporto e voltei a relembrar do dia em que desembarquei em solos escoceses...

... e chorei de novo.

(11.01.09) A briga com a Maura.

Acordei pensando na festa dos funcionários do Sheraton que eu ia perder hoje, porque não tive a capacitade de confirmar presença esta semana.
Também, a festa não era uma festa qualquer: era um Baile de Máscaras, com trajes chiques e tudo. Eu não tinha nada para vestir naquela ocasião e nem dinheiro pra comprar.

O que me deixou triste não foi exatamente perder uma festança, mas sim a oportunidade de rever e me despedir de pessoas que me trouxeram tantos momentos bons durante o trabalho no Hotel, e isso inclui Marlena, Ross (gerente), Ross (chefe), Esther, Songput, Ivan, Alejandro e principalmente o Mike, meu Peter Pan, por quem eu acho que me apaixonei de verdade aqui na Escócia - mesmo o Brian (a única pessoa que beijei na Escócia) tendo sido muito especial pra mim.

Para não pensar na festa e nas pessoas, fui dar umas voltas pela cidade durante o dia, pensando em dormir num hostel hoje, mas instintivamente voltei para o apartamento no fim da tarde.

Hoje era festa do Hilton tbm, onde a Maura trabalhava, e o Daniel, Maria e eu ficamos ajudando-na a se arrumar, com direito a maquiagem, chapinha, opiniões sobre o vestido, etc.
Depois que ela saiu, ficamos os três no apartamento até decidirmos que iriamos sair esta noite.
Enquanto nos arrumávamos, a Maria (do Sheraton) apareceu por lá pra me ver pela ultima vez.
Ela não conseguia assimilar o fato de estar indo embora. Ninguém se conformava com isso, nem mesmo eu. Eu parecia tão feliz...e pra ser sincera, eu realmente estava feliz nesses últimos meses.
Contendo as lágrimas o máximo que pude, considerei este momento como a primeira despedida oficial de alguém que conheci em Edinburgh e que, pensava eu, sentiria muita falta daqui pra frente.

Bom, fui para a balada com o Dani e a Maria.
Além de pegarmos uma puta fila pra entrar, o lugar estava lotado de "pivetes" e pra piorar, acho que essa era a única balada da Escócia que pagava pra entrar. Algo simbólico, tipo 5 libras consumíveis, mas que fez com que a Maria e eu ficassemos muito bravas (de brincadeira) com a sugestão do Daniel.


Reencontramos alguns gatinhos do Espionage, conhecemos outros novos, vimos pessoas do mesmo sexo se beijando (talvez venha daí a inspiração da música top em Edinburgh "I kissed a girl and I liked it").... mas a hora de partir estava cada vez mais próxima e eu me sentia cada vez mais angustiada com isso.
Queria ter visto o Mike pela última vez, queria ter ido para Londres, queria ter beijado um escoces, um irlandes e um neozelandes, queria ter morado em outra cidade e dirigido um carro pelo lado direito! Queria ter feito algumas loucuras que ninguém saberia, ou mesmo algo em público, já que aqui coisas estranhas são tão normais. Não me perguntem o que, mas eu queria ter feito algo pra me lembrar, além de por piercing e cortar o cabelo. Algo de bom!

Não estavamos a vontade naquele lugar...a balada estava estranha e em menos de 1 hora depois de entrar, fomos embora.

Triste e incerta da minha volta ao Brasil, mal cheguei no apartamento e ja fui dormir. Desta vez na cama da Maura.
Só que numa certa hora da noite, ela chegou muuuuito bêbada gritando, ou melhor, berrando: "Daniel, Daniel! Acorda! Quero te contar! Eu fiquei com um escocês gatíssimo de 20 aninhos depois da festa e quase trouxe ele aqui pra casa pra não dar no meio da rua. Tive que ficar falando e explicando que tinha uma amiga aqui dormindo no meu quarto, mas que se amanhã ela ainda estivesse aqui eu expulsaria ela!"

Humm.Era impossível ter entendido errado. Ela estava gritando e falando em português claro! Mas juro que fiquei uns 5 minutos desejando ter escutado errado.

Calmamente, abri a porta do quarto, encarei o Daniel que me olhava assustado, pulei a Maura que estava deitada no chão mandando eu voltar a dormir e fui para a cozinha fazer um chá. Só voltei pra dizer:

- Não, Maura, não precisa me expulsar. Eu não quero estar aqui quando você acordar de ressaca amanhã. Estou indo para o Brasil esta madrugada, não preciso ficar me humilhando para ter um lugar pra dormir e guardar minhas malas.
- Você é louca menina!
- Então, já que eu sou louca, vou pegar minhas coisas e ir embora agora.
Ela ficou lá, deitada no chão, na porta do armário do hall, gritando absurdos e me impedindo de arrumar qualquer coisa.

Que vergonha!

Voltei para a cozinha e depois de pedidos desesperados do Daniel para eu ficar, deixei a luz apagada e, sozinha, chorei até de manhã.

Beijos.

(10.01.09) Mais balada...

Acordei super tarde, mas sem ressaca nenhuma.

Enquanto "almojantava" com o Daniel e a Maria, lembrei da Lorena, não sei porque. Não havia agradecido a ela ainda por ter me levado ao aeroporto no dia em que eu estava extremamente embriagada e atrasada, precisando pegar meu vôo para Berlim!! Ela, fofíssima e vendo meu estado, me levou ao aeroporto e me "despachou" só depois do check-in - algo que não me recordo até hoje.

Eram meu últimos dias em Edinburgh, eu queria me despedir de algumas pessoas importantes.

Mandei uma msg para a Lorena, que me convidou para sair com ela, o Ivan (o espanhol bonitinho que trabalhava comigo no Sheraton) e alguns outros espanhóis.
Eu ja tinha prometido a mim mesma que não iria perder uma oportunidade sequer de aproveitar esta cidade, então aceitei o convite da Lorena sem pestanejar.
Coincidentemente, a Maria também ia sair com eles, por causa da outra Maria (espanhola que trabalhou comigo no Sheraton tbm e eu adorava). Melhor ocasião para reunir a galera, então chamei Daniel e Maura para se unirem a nós.

Umas 21h saímos de casa e fomos parar em um bar perto do Sheraton.
Saldo? Noite engreçadíssima...Lorena, Daniel, Maria, Maria, Ivan, uma amiga alemã deles e eu.
Bebemos muito, falamos muito, tiramos muitas fotos bizarras e toda vez que eu ia fumar lá fora o Ivan vinha junto e ficava falando coisinhas bonitinhas, como "não vá embora", "vamos sentir sua falta", "fica", etc.
Por um momento, até achei que ele estivesse afim de mim, mas não quis dar muita corda... eu vou embora, poxa vida.

Horas depois, quando nos preparavamos para ir embora, a Maura foi ao banheiro e ficamos esperando em pé, ao lado da mesa. Um escoces bêbado chegou do nada, sentou na mesa em que estavamos antes e começou a gritar: "Vão sair porque? Acham que eu vou roubar as coisas de vocês? Estão loucos?"

Enquanto eu explicava (ou relembrava) calmamente a ele que nós já haviamos levantado quando ele se sentou, a namorada dele saiu do banheiro (também bêbada) discutindo com a Maura, até que a bonita falou as palavras mágicas:
- Ah, quer saber? Vão se fuder vocês dois, seus loucos!

E saímos em passos largos.

Trinta segundos depois vimos o escocês e a namorada bêbada correndo atrás de nós e ameaçando pancaria! Ele veio para bater no Daniel (não me pergunte o porquê) e ela, atrás da Maura.
Eu tentava conversar, dizendo que foi tudo um engano, mas eles não queriam nem saber.

Meu coração disparou! Nesses 6 meses, soube de muitos casos aqui em Edinburgh onde escoceses bêbados escolhem um coitado inocente no meio da madrugada para espancar até quase a morte. Digo quase morte porque teve um menino da escola da Miriam que quase morreu mesmo.

Não, isso não poderia acontecer comigo, justamente dias antes de voltar pra casa!

A Maura pegou na mão do Daniel e começou a correr sentido apartamento, mas meu medo era muito grande pra isso e acabei ficando para trás.
Eles gritavam de longe: "Gianne, liga para a polícia", "me dá seu celular" e coisas do tipo, mas eu preferi arriscar e pedir para os bêbados se acalmarem e explicar que o Daniel não tinha feito nada pra eles e que a Maura não ia ligar para a polícia coisa nenhuma, se eles os deixassem ir para casa em paz.
Então, eles foram embora.

Quando cheguei na porta do prédio, a Maura começou a gritar comigo dizendo que eu fui uma idiota e burra, que não quis gastar meu celular, que quase matei os dois. Eu só disse: "Maura, calma, já está tudo bem, estamos em casa". Mas no fundo, eu pensava: Filha da mãe! Eu poderia ter tomado um murro na cara tentando salvar a vida de vocês e acalmando os bêbados. Até a polícia chegar, poderia ter acontecido muita coisa.
Oh menina mal agradecida!

Tô de saco cheio de morar nesse apê, viu?! E isso porque estou aqui há 10 dias, no máximo. Não pelo Daniel e pela Maria, que são uns fofos, mas pela Maura.
Deu até saudades da Esther e do Songput.

Estressados com o ocorrido, fomos todos dormir sem ao menos conversar!

Tirando isso, a noite foi legal.

Beijos.
Lorena, eu e Dany Boy.
Ivan e eu
Alemã, Maria (apê) e Maria (Sheraton),

Adoro vocês.

(09.01.09) Dia de sair: Espionage

Acordei relativamente cedo, mas tive que enrolar pelo apartamento apertado até todos acordarem. Defintivamente, eu não estava a vontade lá! Por um minuto, desejei não ter saído do meu apartamento "indiano" antes de voltar ao Brasil, mas o dinheiro do aluguel foi bem gasto na viagem pelo leste europeu.

Um maço de cigarro depois e vários chás, eram umas 3h30 da tarde quando Daniel acordou e, na sequencia, a Maura levantou para ir trabalhar.

Ficamos batendo papo, depois fomos ao mercado, compramos algumas coisas e preparamos hotdog para o jantar - regado a muito, muito vinho!! hahaha.

Tarde da noite e já bebados, começamos a falar sobre meus últimos dias de Edinbra e planejar como iriamos aproveita-los ao máximo.

- "Podemos começar indo pra alguma balada hoje", disse o Daniel.

FECHADO! Eu estava cansada, mas com saudades de sair neste lugar, ja que me poupei tantas vezes pra guardar dinheiro. Agora que estou indo embora, não preciso mais.

E lá fomos nós, Daniel, Maria e eu para a balada mais conhecida de Edinburgh: o Espionage!

Resumo da noite: Foi a melhor balada e as melhores companhias pra sair de todos os meses aqui. Paqueramos os escoceses e irlandeses, fomos paqueradas, dançamos até o chão, abrimos espacate na balada, ficamos bêbados... enfim! Não beijei ninguém, mas só a bagunça que fizemos valeria por 10 caras gatos! (apesar de ter descoberto que tenho queda por irlandeses mesmo).

Praticamente fechamos a balada. Fomos embora quando já não aguentavamos mais.

Mas nem tudo é perfeito!
Chegando na casa deles, felizes da vida, ja rolou o primeiro atrito da minha passagem pela casa da Maura. Como eu estava bebada e a Maura ja estava dormindo, decidi ficar no quarto do Daniel jogando um tal de ISketch. Quando ela percebeu que eu estava la, veio toda nervosinha e disse:
- Gianne, o que vc está fazendo aí? Vem dormir aqui no meu quarto.
- Ah, Maura, eu só to jogando uma coisa idiota aqui com o Daniel... não quis te acordar!
- Mas você é minha convidada aqui. Se eu disse que vc podia dormir no meu quarto é porque tem a liberdade de dormir a hora que quiser. Não começa com palhaçada!, e saiu.

Palhaçada? Eu estava sendo respeitosa. Foi essa a educação que minha mãe me ensinou.
Imaginei que a menina estivesse cansada de trabalhar.

Fiquei muito chateada e decidi dormir no quarto do Daniel mesmo esta noite, só pra não criar mais atritos. Amanhã converso com a Maura, ou vou para um hostel.

Tirando a discussão besta, esta foi a melhor noite em Edinburgh desde que cheguei.

Fiquei imaginando como seria se eu tivesse conhecido esse pessoal desde o começo... talvez não quisesse voltar para o Brasil tão já.

Ai, ai...

Beijos.


Maria, eu e a famosa Pint.

Descalça e abrindo espacate em plena balada.. haha. Tava sóbria!

Trizionho arrasando! rs.

Mais fotos no site do Picasa.

(08.01.09) Hora de partir.

Acordamos de manhã, acabamos de arrumar as malas, tomamos café e, depois de enrolar um pouquinho mais no quarto do hotel, fizemos o check out e fomos para o aeroporto, de taxi - o coitado do taxista teve que se virar nos 30 para colocar aquele tanto de coisas no carro... hehehe.
O meu vôo para a Escócia iria sair bem mais cedo que o delas, mas por opção da minha mãe e irmã, elas decidiram que ficariam no aeroporto até dar a hora de partir. Eu só tinha alguns minutos mais.

Comemos rapidinho no pizza hut, ficamos falando um pouco sobre a volta delas, tirando fotos, mas estavamos tristes só de pensar em nos despedir novamente.
Para não prolongar mais ainda nosso sofrimento, eu decidi embarcar de uma vez.

Na fila do check-in, me despedi da minha irmã com um forte abraço e da minha mãe com um mais forte ainda. Ela começou a chorar e, pra mostrar como estava tudo bem, eu sorri e disse: calma Mã, são só mais 5 dias! E entrei no portão de embarque sem olhar para trás...

Me mostrei forte até aquele momento, mas assim que sumi das vistas delas, sentei e chorei.

Me acalmando aos poucos ao perceber que ainda iria demorar pra decolar, fui tomar um café e eis que conheço uma escocesa super bacana que falava francês e conhecia o Brasil. Acabamos por engatar um papo que durou até Glasgow. Pelo menos me fez esquecer um pouco a tristeza.

Mas sabe o que foi mais estranho? Ao decolar o avião com destino a Escócia, meu primeiro pensamento foi: Uffa! Estou voltando pra casa :-s

Cheguei em Glasgow umas 4h da tarde e tive que pegar 2 ônibus: um para a estação central de Glasgow e outro de lá com destino à Edinburgh. Um pouco depois de pegar o segundo ônibus, liguei pra Maura pra ver se estava tudo bem ir direto para a casa dela (minhas coisas estavam todas lá!).
Ela e o Daniel ja estava me esperando com planos!

Fizemos um jantar à brasileira (arroz, feijão, farofa e frango de forno) regado a muito vinho. Contei coisas sobre a minha viagem ao leste europeu, dei algumas dicas de lugares que eles deviam conhecer por lá e, depois de assistirmos um filme tosco de Sessão da Tarde, dublado, nós capotamos.

Beijos.

PS: Mã e Lala, desejo à vocês uma ótima viagem e espero que esteja um calor infernal no Brasil! hehehe.

(07.01.09) Euro Disney


Desde que compramos as passagens para Paris, ainda em junho deste ano (2008), minha irmã e eu prometemos somente uma coisa uma à outra, enquanto estivessemos lá: não podíamos deixar de visitar a Eurodisney!
Tudo começou em julho de 1998, quando fomos para a Disney de Orlando (EUA) acompanhadas pelo meu pai e a mulher dele e, o sonho dos 15 dias de Mickey Mouse de toda criança, virou pesadelo à la Cruella.
Bom, mas esta história fica pra outro dia, porque o que importava era o fato de termos a chance de ir à Disney de novo, e o melhor: da forma que sonhamos desde a nossa infância.

E hoje, aproveitando o último dia de Paris, tomamos café da manhã com nossa mãe, deixamos dinheiro com ela e algumas instruções de onde ela poderia ir ou não (inversão total de valores.. rs) e lá fomos nós, de trem e metrô, para um dos maiores parques de diversão do mundo!

Uns 40 minutos de viagem depois nós chegamos e, mesmo nevando como nunca Paris havia visto, aproveitamos cada canto do parque como duas crianças de 11 ou 12 anos, pulando de alegria, tirando fotos com os personagens, comendo lanche apressadas pra ir para outra atração, nos emocionando em cada brinquedo.

Claro que, como já diz a fama, a Eurodisney não chega aos pés da Disney americana. Mas pra nós, chegou! Fomos em quase todos os brinquedos, repetimos a dose naqueles que mais gostamos (tinha uma montanha russa do Aerosmith irada), tiramos foto com o Mickey e etc etc etc. A Lala até comeu a neve.

Ficamos lá até o parque fechar e com certeza, ao voltar para o hotel, ainda nos sentiamos como crianças espevitadas, querendo aprontar.. rs.
Foi, sem dúvida, a melhor sensação do mundo e uma ótima forma de se despedir da França.
Acho que não curtia minha irmã assim, só nós duas, desde que ela começou a namorar.

No fim da noite encontramos minha mãe (que tinha desbravado alguns lugares perto do hotel durante o dia), jantamos e capotamos.
Acho que, pelo fator "cansaço", nem nos lembramos que amanhã é o grande dia.

Mais um adeus! Mas desta vez, a curto prazo.
EuroDisney!!!