sexta-feira, 3 de julho de 2009

(11.01.09) A briga com a Maura.

Acordei pensando na festa dos funcionários do Sheraton que eu ia perder hoje, porque não tive a capacitade de confirmar presença esta semana.
Também, a festa não era uma festa qualquer: era um Baile de Máscaras, com trajes chiques e tudo. Eu não tinha nada para vestir naquela ocasião e nem dinheiro pra comprar.

O que me deixou triste não foi exatamente perder uma festança, mas sim a oportunidade de rever e me despedir de pessoas que me trouxeram tantos momentos bons durante o trabalho no Hotel, e isso inclui Marlena, Ross (gerente), Ross (chefe), Esther, Songput, Ivan, Alejandro e principalmente o Mike, meu Peter Pan, por quem eu acho que me apaixonei de verdade aqui na Escócia - mesmo o Brian (a única pessoa que beijei na Escócia) tendo sido muito especial pra mim.

Para não pensar na festa e nas pessoas, fui dar umas voltas pela cidade durante o dia, pensando em dormir num hostel hoje, mas instintivamente voltei para o apartamento no fim da tarde.

Hoje era festa do Hilton tbm, onde a Maura trabalhava, e o Daniel, Maria e eu ficamos ajudando-na a se arrumar, com direito a maquiagem, chapinha, opiniões sobre o vestido, etc.
Depois que ela saiu, ficamos os três no apartamento até decidirmos que iriamos sair esta noite.
Enquanto nos arrumávamos, a Maria (do Sheraton) apareceu por lá pra me ver pela ultima vez.
Ela não conseguia assimilar o fato de estar indo embora. Ninguém se conformava com isso, nem mesmo eu. Eu parecia tão feliz...e pra ser sincera, eu realmente estava feliz nesses últimos meses.
Contendo as lágrimas o máximo que pude, considerei este momento como a primeira despedida oficial de alguém que conheci em Edinburgh e que, pensava eu, sentiria muita falta daqui pra frente.

Bom, fui para a balada com o Dani e a Maria.
Além de pegarmos uma puta fila pra entrar, o lugar estava lotado de "pivetes" e pra piorar, acho que essa era a única balada da Escócia que pagava pra entrar. Algo simbólico, tipo 5 libras consumíveis, mas que fez com que a Maria e eu ficassemos muito bravas (de brincadeira) com a sugestão do Daniel.


Reencontramos alguns gatinhos do Espionage, conhecemos outros novos, vimos pessoas do mesmo sexo se beijando (talvez venha daí a inspiração da música top em Edinburgh "I kissed a girl and I liked it").... mas a hora de partir estava cada vez mais próxima e eu me sentia cada vez mais angustiada com isso.
Queria ter visto o Mike pela última vez, queria ter ido para Londres, queria ter beijado um escoces, um irlandes e um neozelandes, queria ter morado em outra cidade e dirigido um carro pelo lado direito! Queria ter feito algumas loucuras que ninguém saberia, ou mesmo algo em público, já que aqui coisas estranhas são tão normais. Não me perguntem o que, mas eu queria ter feito algo pra me lembrar, além de por piercing e cortar o cabelo. Algo de bom!

Não estavamos a vontade naquele lugar...a balada estava estranha e em menos de 1 hora depois de entrar, fomos embora.

Triste e incerta da minha volta ao Brasil, mal cheguei no apartamento e ja fui dormir. Desta vez na cama da Maura.
Só que numa certa hora da noite, ela chegou muuuuito bêbada gritando, ou melhor, berrando: "Daniel, Daniel! Acorda! Quero te contar! Eu fiquei com um escocês gatíssimo de 20 aninhos depois da festa e quase trouxe ele aqui pra casa pra não dar no meio da rua. Tive que ficar falando e explicando que tinha uma amiga aqui dormindo no meu quarto, mas que se amanhã ela ainda estivesse aqui eu expulsaria ela!"

Humm.Era impossível ter entendido errado. Ela estava gritando e falando em português claro! Mas juro que fiquei uns 5 minutos desejando ter escutado errado.

Calmamente, abri a porta do quarto, encarei o Daniel que me olhava assustado, pulei a Maura que estava deitada no chão mandando eu voltar a dormir e fui para a cozinha fazer um chá. Só voltei pra dizer:

- Não, Maura, não precisa me expulsar. Eu não quero estar aqui quando você acordar de ressaca amanhã. Estou indo para o Brasil esta madrugada, não preciso ficar me humilhando para ter um lugar pra dormir e guardar minhas malas.
- Você é louca menina!
- Então, já que eu sou louca, vou pegar minhas coisas e ir embora agora.
Ela ficou lá, deitada no chão, na porta do armário do hall, gritando absurdos e me impedindo de arrumar qualquer coisa.

Que vergonha!

Voltei para a cozinha e depois de pedidos desesperados do Daniel para eu ficar, deixei a luz apagada e, sozinha, chorei até de manhã.

Beijos.

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