Esqueci de contar que ontem, depois da meia noite, os irmãos da Anna me convidaram para ir a Igreja da vila para comprimentar os amigos (eles participam de um tipo de grupo de adolescentes na congregação). Fiquei meio sem jeito de falar que sou anti católica fervorosa (rs), então decidi ir. Pelo menos, eu ia conhecer uma igreja diferente, numa pequena vila austriaca, leste europeu...eu sou extremamente curiosa pela arquitetura e história desses lugares.
Bom, ainda bem que aceitei, foi muuuito legal! Apesar de um pouco monótono, depois de alguns vinhos quentes que estavam sendo servidos lá gratuitamente comecei a achar graça em tudo. As pessoas vinham falar em alemão comigo e eu inventava umas palavras pra responder. Eles ficavam me olhando sem graça, sem entender nada, mas os irmãos da Anna morriam de rir (e eu tbm!).
Gute Nacht, que significa boa noite em alemão, virou CUBA NORTE... e pra todo mundo que passava, eu ficava repetindo: cuba norte! cuba norte.. hahaha. Imaginem o que virou Frohe Weihnachten, que é feliz natal?
PS: Cuba Norte, aliás, é o nome de uma balada latina de Edinburgh que eu ainda não fui. Dizem que é lotada de brasileiros xavequeiros (credo!).
Enfim, depois de muitos cubas norte, voltamos pra casa e dormi até o dia seguinte bem cedo para esquiar em outra vila próxima à Amstetten, chamada Steinakirchen, na casa de um amigos dos irmãos da Anna.
O caminho até a vila era lindo.... andavamos às margens do Rio Danúbio, cheio de mistérios pelo caminho (eu entro em transe nesses lugares) e pedi pra eles pararem várias vezes para tirar fotos.
Ao chegarmos na casa do cara que iria nos emprestar um tipo trenó pequenininho pra esquiar, vi um dos cenários mais lindos de toda a viagem: uma casinha bem pequena de madeira, situada do meio do nada coberto de neve... por um segundo eu desejei morar neste lugar para sempre (até começar a morrer de frio e conhecer a forma de vida das pessoas que moravam lá. Totalmente isolados!
Bom, passamos um dia agradabilíssimo, mas não esquiamos muito porque não tinha tanta neve como eles esperavam (imagina se tivesse!), mas essa quantidade já rendeu boas risadas, principalmente após meu tombo homérico que chegou a me dar a impressão de que eu estava voando.. hahaha. Não, eu não me machuquei nem um pouco!
Não fui mto com a cara da mãe do menino, tampouco ela com a minha. Depois de esquiarmos, sem querer entrei de sapato na casa dela e levei uma puta bronca.. não tenho esse costume, poxa vida! Depois foi a vez de entrar de casaco.. bronca de novo! Caraca, tava frio pra caramba, o corpo não acostuma assim! A terceira foi quando pedi para usar o banheiro e ela, ja aversa à minha pessoa, disse pra eu nao ir pq lá era pra fazer cocô e eu deveria pegar as minhas merdas.... eu ja tava de saco tão cheio que disse: posso fazer xixi na sua casa ou devo me retirar?? Ela ficou toda sem graça. e eu com vontade de sair correndo de lá e voltar pro meu cantinho na Escócia, apesar de nem tê lo mais!! Me deu saudades.
Tomamos uns chás diferentes, vimos fotos de lugares, falamos sobre coisas sustentáveis e do dia a dia.. enfim, os irmãos quiseram ir embora e eu dei Graças a Deus.
Voltamos para a casa dos pais austriacos da Anna e eu ainda estava indecisa se ia pra Budapeste hoje ou se ia pra balada com eles. Fiquei pensando na oportunidade única de estar lá entre pessoas legais, de ir pra uma balada numa vila austriaca, de conhecer Budapeste. Será que um dia a mais não vale a pena ficar? Se fosse pra Buda hj, ja chegaria mto tarde e não iria fazer nada mesmo...
Fui tomar banho e lá fomos nós pra balada!
Conheci um monte de gente, escutei músicas estranhas, bebi cervejas e coisas diferentes e ri muitoooo!!! Estranho dizer isso logo na reta final, mas queria ficar na Europa por um pouco mais de tempo. Essa viagem está me ensinando tanta coisa...
Pena que descobri isso tarde demais, pois não da pra extender o visto nesta altura do campeonato! =(
Voltamos pra casa já era umas 3h da manhã e meu trem pra Hungria partia às Seis!! Mal tive tempo de dormir, mas adorei ter ficado um pouco mais.
Foi triste a partida da Austria, quase chorei ao falar tchau para aquela família, que me convidou para voltar quando eu quiser! Eu quero mesmo, tive momentos maravilhosos por aqui.
Desde quando existem despedidas felizes?
Beijos.
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