quarta-feira, 17 de junho de 2009

(24/12) A véspera do Natal

Acordei cedo, me troquei e desci para tomar café.
Aqui eles não tem muito costume de tomar banho, ainda mais de manhã e a noite! Então, já que eu poderia tomar um banho só, deixei pra tomar antes do jantar.

Quando cheguei à mesa do café, vi que todos já estava bem ansiosos para o natal. Principalmente, porque os vizinhos e familiares costumam trocar presentes, mas não são presentes comuns: cada um tem que fazer/produzir/elaborar seu presente.
A Mama, vendo nossa ociosidade, deu umas garrafinhas com algo dentro pra decorar com laços e cartõezinhos de natal (acho que era mel), os quais ela iria distribuir para os vizinhos. Eu ajudei, mas fiquei encafifada... Preciso fazer um presente pra eles tbm, mas o quê fazer? Nunca tive este tipo de dom artístico.
Após decorar as garrafinhas, fui pra o fumódromo e a idéia do presente despertou em mim: tinha um monte de pedaços de madeira lá fora, para acender a lareira... posso tentar esculpir alguma coisa.

Hahahaha... Idéia de girico total, claro! Em menos de 1 hora de trabalho manual, já tinha rasgado meu dedo e esfolado várias partes da mão. O corte do dedo foi tão profundo que achei que tivesse até de levar ponto, mas em uma casa de 4 filhos, o que não falta são remédios, faixas, gase e coisas do tipo. Eles logo fizeram um curativo em mim e me senti pronta pra outra obra de arte. Claro que meu presente acabou ficando conhecido pelos membros da casa e, quando passavam por mim, eles diziam: Esse foi o melhor presente que já ganhamos! A Gianne deu o sangue por ele.... hahahaha.
Detalhe que o negócio ficou feio pra caramba, mas não dizem que o que vale é a intenção? Eu tava cheia, das boas...

O Sol fake de inverno ia se pondo, a mesa sendo decorada, a árvore de natal montada e a saudade da família apertando. Fiz tanta coisa a tarde pra esquecer que hoje é natal que não sobrou quase nada pra noite.... Foi então que meu telefone tocou e eis a surpresa: MEU PAI! É isso mesmo.... depois de seis meses de Europa, ele resolveu me ligar! Nem no meu niver, há 4 dias atrás, ele ligou.
Bom, tratei ele bem, claro... mas quando desliguei fiquei pensando: Não vou procura lo no Brasil! Ele me deu tempo suficiente pra provar que não preciso dele, que não sinto a falta dele.. mas no fundo, eu sabia que era uma mentira inventada, só porque fiquei magoada com a ausência dele nesses ultimos meses.

No inicio da noite, sentamos todos à mesa para conversar, rezar, comer (diferente de nós, exagerados no natal, eles serviram um sanduíche de metro), etc... e eis que recebo a pior e a melhor ligação da noite: MINHA MÃE, ligando da casa da minha avó, com todas as pessoas que eu amo por perto. O auge foi quando ela colocou a Gabi (minha sobrinha de cinco anos) no telefone pra falar comigo, que disse: Oi Gi, onde você está? Volta, vem nadar comigo!
Achei que meu coração fosse sair pulando e atravessando todos os milhares de quilometros que me separavam da família... Ai, como estará a Kaka, Vivi, Nina, Laurinha, Biaaa, meus tios?!Primeiro natal que passamos separados e eu desejo infinitamente que seja o ÚLTIMO.
Bom, falei com a Lala, minha vó, Gabi, Deninho... haja força pra aguentar, mas ja que estava longe mesmo....só restava chorar! E muito! rs.
Mandei uma mensagem de natal pra Amanda e família (saudadeees) e decidi voltar à mesa para curtir o resto da noite com essas pessoas que estavam me acolhendo tão bem.

E assim, meu natal foi emocionante... cheio de canções natalinas, presentes, beijos, abraços, acabando com a fama de frios e calculistas dos austríacos... ou talvez, do resto da Áustria.

Dormi com saudades de casa, mas em paz.

Beijos

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