Acordei com o Brian deitado ao meu lado, num colchao no chao, e isso foi um tanto diferente pra mim. Mas diferente nao quer dizer que eu nao estava a vontade, ao contrario! Me fez bem, me senti segura como ha tempos nao me sentia.
Me levantei e acabei acordando ele sem querer, que ja veio logo perguntando sobre meus planos para hoje.
Na verdade, eu tinha que trabalhar. Peguei um shift de 8 horas hoje, das 15h ate as 23h, mas nunca imaginei que conheceria alguem nessa viagem e que ele viria para casa. Expliquei pra ele a situacao, e ele disse, sorrindo: “ My little bird, acho que vc esta muito doente hoje para trabalhar e eu muito cansado pra voltar pra Londres. Que tal me apresentar o restinho da cidade?”.
Fiquei confusa! Nunca faltei no trabalho desde que comecei no Sheraton. Alem do mais, o que eu
ia fazer com ele na cidade com aquele frio?
Disse que ele podia ficar aqui e encontrar a amiga dele que ele tinha comentado que queria encontrar, mas que eu ia trabalhar e encontrava com ele as 23h30 em algum lugar para virmos para casa juntos. Mas ele me olhou com cara de triste…ele realmente queria ficar comigo.
Fui tomar banho e tinha uma coisa que nao saia da minha cabeca: “por que raios estou levando este trabalho tao a serio? Isso nem eh uma coisa que vai acrescentar na minha carreira profissional. Eh so dinheiro, money, e isso eu ja garanti pro proximo aluguel. Momentos como este, com o Brian em casa, nao se repetem jamais. Se eu realmente sou livre, preciso voar”.
Voltando para o quarto para me trocar, avistei o Songput tentando espiar o Brian pela porta. Pegando-o de surpresa, perguntei se ele podia avisar la no hotel que hoje eu nao poderia ir. Grossamente, ele disse que era pra eu mesma ligar la.
Sem problemas!
Saimos de casa e senti uma vontade enorme de conversar com alguem sobre o que eu estava vivendo. Precisava falar em portugues, precisava de espaco, de 30 minutos que fosse. Entao, por insistencia minha, deixei o Brian com a amiga neozelandesa dele na Princess Street – eles queriam ir no museu e eu nao estava afim – e fui encontrar com a Miriam para fazer compras.
Enquanto isso, liguei para o supervisor do Sheraton, que falou tanta merda pra mim que fiquei pensando se nao fui "despedida" depois de hoje... mas dane-se tbm, emprego eh o que nao falta aqui, ainda mais nessa epoca de natal.
Sou mais a minha vida social.
Bom, a Miriam e eu andamos, olhamos vitrines e falamos, falamos e falamos, ate dar a hora de voltar para reencontrar o Brian e a amiga da Nova Zelandia.
Haviamos marcado na frente da roda-gigante recem-montada para o Natal na Princess, e eis que chegamos la e estava tudo muito lotado!!
Hoje era o dia da inauguracao do parque e da pista de gelo em Edinburgh, eu nao sabia. Achei que jamais encontraria o Brian e a amiga dele no local combinado, e por um lado, me senti satisfeita por isso, pensei em ate ir embora para casa naquela hora, ate a Miriam falar: “Gi, ate quando vc vai fugir assim dos caras, de se apaixonar? Para de ser boba”.
Sim, eu estava sendo boba, ridicula, mas num fundo, eu sabia que tudo isso era medo. Medo de nao conseguir encontra-lo e voltar triste pra casa; medo dele ter decidido ficar com a amiga dele (eu nao tinha certeza se era amiga); medo de me apaixonar por aquela situacao nova que estava vivendo… Mas me sentir assim me deixou forte pela primeira vez. Senti que estava na hora de encarar meus traumas do passado. Se nao fosse agora, nao seria nunca mais…
… fui procura-lo.
Encontrei ele facilmente, sendo um dos caras mais altos da rua (rs) procurando “desesperadamente” por alguem, na companhia da amiga. Ele nos apresentou logo de primeira e descobri uma menina super legal, que nao tinha nada de segundas intencoes com ele, nem ele com ela.
Ficamos um pouco na cidade, tentando ver alguma coisa no Princess Garden, mas era impossivel. Nao tinha um centimetro de espaco sequer nas grades. A unica coisa que vi foram as luzes do parque se acendendo, o que ja foi muito lindo. Mas o Brian queria vir pra casa, e decidimos voltar.
Enquanto esperamos o onibus no ponto, ja sozinhos, olhei para as luzes do parque e percebi que algo estranho acontecia… estava chovendo diferente, estava chovendo branco.
- Brian! Esta NEVANDO… nao acredito!!!
Fiquei emocionada, mas digo que foi mais pela Lala do que por mim. Claro que eh emocionante ver a neve, mas sei o quanto isso eh um sonho muito mais dela do que meu.
Liguei pra ela no mesmo instante e me segurei para nao chorar.
E la fiquei, no ponto da Princess Street, mesmo depois de ter desligado o telefone com a minha irma e de ter deixado nosso onibus passar, abracada com um cara que tinha conhecido ha 3 dias atras e que havia se tornado tao especial pra mim, sentindo comigo a neve molhar meus cabelos, compartilhando comigo toda aquela saudades da minha Irma e a sensacao de novidade… ele estava feliz por mim.
Voltamos para casa e fiz um risotto de camarao delicioso pra ele, que repetiu 3x, ate ficar sem graca e deixar um restinho pra mim amanha. Ele nao parava de me elogiar, e entao expliquei pra ele que esse eh o estilo brasileiro, nao eh so o meu, e que somos assim: agradamos nossas visitas ao maximo porque simplesmente temos alma hospitaleira.
Falei isso com muito orgulho!
Satisfeitissimos, comecamos a assistir mais um filme, enquanto falamos sobre toda a loucura que tinha sido esses ultimos dias. Estava tudo otimo ate ele entrar no assunto de ir embora amanha, perguntando se eu ia ficar triste, se eu precisava mesmo trabalhar a tarde, etc etc etc. Eu o cortei com um beijo e disse:
- Brian, don’t let me down, honey. Nao me faca pensar esta noite, so me deixe sentir.
Ele sorriu.
=)
Beijos.
Me levantei e acabei acordando ele sem querer, que ja veio logo perguntando sobre meus planos para hoje.
Na verdade, eu tinha que trabalhar. Peguei um shift de 8 horas hoje, das 15h ate as 23h, mas nunca imaginei que conheceria alguem nessa viagem e que ele viria para casa. Expliquei pra ele a situacao, e ele disse, sorrindo: “ My little bird, acho que vc esta muito doente hoje para trabalhar e eu muito cansado pra voltar pra Londres. Que tal me apresentar o restinho da cidade?”.
Fiquei confusa! Nunca faltei no trabalho desde que comecei no Sheraton. Alem do mais, o que eu
ia fazer com ele na cidade com aquele frio?
Disse que ele podia ficar aqui e encontrar a amiga dele que ele tinha comentado que queria encontrar, mas que eu ia trabalhar e encontrava com ele as 23h30 em algum lugar para virmos para casa juntos. Mas ele me olhou com cara de triste…ele realmente queria ficar comigo.
Fui tomar banho e tinha uma coisa que nao saia da minha cabeca: “por que raios estou levando este trabalho tao a serio? Isso nem eh uma coisa que vai acrescentar na minha carreira profissional. Eh so dinheiro, money, e isso eu ja garanti pro proximo aluguel. Momentos como este, com o Brian em casa, nao se repetem jamais. Se eu realmente sou livre, preciso voar”.
Voltando para o quarto para me trocar, avistei o Songput tentando espiar o Brian pela porta. Pegando-o de surpresa, perguntei se ele podia avisar la no hotel que hoje eu nao poderia ir. Grossamente, ele disse que era pra eu mesma ligar la.
Sem problemas!
Saimos de casa e senti uma vontade enorme de conversar com alguem sobre o que eu estava vivendo. Precisava falar em portugues, precisava de espaco, de 30 minutos que fosse. Entao, por insistencia minha, deixei o Brian com a amiga neozelandesa dele na Princess Street – eles queriam ir no museu e eu nao estava afim – e fui encontrar com a Miriam para fazer compras.
Enquanto isso, liguei para o supervisor do Sheraton, que falou tanta merda pra mim que fiquei pensando se nao fui "despedida" depois de hoje... mas dane-se tbm, emprego eh o que nao falta aqui, ainda mais nessa epoca de natal.
Sou mais a minha vida social.
Bom, a Miriam e eu andamos, olhamos vitrines e falamos, falamos e falamos, ate dar a hora de voltar para reencontrar o Brian e a amiga da Nova Zelandia.
Haviamos marcado na frente da roda-gigante recem-montada para o Natal na Princess, e eis que chegamos la e estava tudo muito lotado!!
Hoje era o dia da inauguracao do parque e da pista de gelo em Edinburgh, eu nao sabia. Achei que jamais encontraria o Brian e a amiga dele no local combinado, e por um lado, me senti satisfeita por isso, pensei em ate ir embora para casa naquela hora, ate a Miriam falar: “Gi, ate quando vc vai fugir assim dos caras, de se apaixonar? Para de ser boba”.
Sim, eu estava sendo boba, ridicula, mas num fundo, eu sabia que tudo isso era medo. Medo de nao conseguir encontra-lo e voltar triste pra casa; medo dele ter decidido ficar com a amiga dele (eu nao tinha certeza se era amiga); medo de me apaixonar por aquela situacao nova que estava vivendo… Mas me sentir assim me deixou forte pela primeira vez. Senti que estava na hora de encarar meus traumas do passado. Se nao fosse agora, nao seria nunca mais…
… fui procura-lo.
Encontrei ele facilmente, sendo um dos caras mais altos da rua (rs) procurando “desesperadamente” por alguem, na companhia da amiga. Ele nos apresentou logo de primeira e descobri uma menina super legal, que nao tinha nada de segundas intencoes com ele, nem ele com ela.
Ficamos um pouco na cidade, tentando ver alguma coisa no Princess Garden, mas era impossivel. Nao tinha um centimetro de espaco sequer nas grades. A unica coisa que vi foram as luzes do parque se acendendo, o que ja foi muito lindo. Mas o Brian queria vir pra casa, e decidimos voltar.
Enquanto esperamos o onibus no ponto, ja sozinhos, olhei para as luzes do parque e percebi que algo estranho acontecia… estava chovendo diferente, estava chovendo branco.
- Brian! Esta NEVANDO… nao acredito!!!
Fiquei emocionada, mas digo que foi mais pela Lala do que por mim. Claro que eh emocionante ver a neve, mas sei o quanto isso eh um sonho muito mais dela do que meu.
Liguei pra ela no mesmo instante e me segurei para nao chorar.
E la fiquei, no ponto da Princess Street, mesmo depois de ter desligado o telefone com a minha irma e de ter deixado nosso onibus passar, abracada com um cara que tinha conhecido ha 3 dias atras e que havia se tornado tao especial pra mim, sentindo comigo a neve molhar meus cabelos, compartilhando comigo toda aquela saudades da minha Irma e a sensacao de novidade… ele estava feliz por mim.
Voltamos para casa e fiz um risotto de camarao delicioso pra ele, que repetiu 3x, ate ficar sem graca e deixar um restinho pra mim amanha. Ele nao parava de me elogiar, e entao expliquei pra ele que esse eh o estilo brasileiro, nao eh so o meu, e que somos assim: agradamos nossas visitas ao maximo porque simplesmente temos alma hospitaleira.
Falei isso com muito orgulho!
Satisfeitissimos, comecamos a assistir mais um filme, enquanto falamos sobre toda a loucura que tinha sido esses ultimos dias. Estava tudo otimo ate ele entrar no assunto de ir embora amanha, perguntando se eu ia ficar triste, se eu precisava mesmo trabalhar a tarde, etc etc etc. Eu o cortei com um beijo e disse:
- Brian, don’t let me down, honey. Nao me faca pensar esta noite, so me deixe sentir.
Ele sorriu.
=)
Beijos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário