domingo, 26 de outubro de 2008

(24/10) Sexta: A Festa de Halloween e o "Boa Noite Cinderela"...

Acordei cedo para ir para a escola, depois de uma semana sem assistir uma aula sequer.
O clima nao estava ruim, as aulas nao foram tao chatas quanto eu imaginei que seriam – apesar dos professores terem mudado de novo, pra variar - e percebi que meu ingles ta bem melhor do que nas aulas anteriores. Realmente, o trabalho no Sheraton tem me feito muito bem.

Sai da aula as 13h e vim direto pra casa, morrendo de fome.

Sem nada pra fazer, fiquei na internet ate o final da tarde, quando chegaram os indianos com uma amiga. Sem graca e incomodada com a quantidade de barulho que eles estavam fazendo pra preparar uma simples janta, fechei a porta do meu quarto e fiquei entretida em meus pensamentos… amanha vou trabalhar com o Mike, e essa sera a ultima oportunidade de rolar algo antes de eu ir para Amsterdam… mas pensando em Amsterdam, vieram todas as questoes financeiras de novo na minha mente. Sei que vou gastar bastante dinheiro nessa viagem, no fim das contas. Preciso decidir se vou renovar meu visto ou nao, pq se for renovar, nao poderei gastar mais uma libra do Visa Travel Card... etc.

Quando ja estava enlouquecendo pensando em tudo isso de novo escutei meu celular tocar: era o Guilherme, me chamando para ir a uma festa do pessoal da escola dele. Ao mesmo tempo que falava com ele, abri o skype e vi uma mensagem do Max dizendo mais ou menos assim “Vim te desejar um otimo fds e lembre-se que a vida foi feita para ser feliz”… Sera que estou perdendo tempo demais ficando so em casa e pensando em dinheiro? Nunca mais fui a um cinema, a um teatro, jantar fora; nem a pubs estou indo mais, mesmo no Tron as quartas-feiras. Estou fechada num mundinho de paixao platonica, contas a pagar, vistos e registros em policia, preocupacao em ir para a escola, etc… E a minha diversao, a minha vida?

Desliguei o telefone com o Guilherme, tomei um banho rapido e sai para encontra-lo (mesmo nao querendo muito sair com ele, por ser ele). Decidi arriscar!

Encontramos o pessoal na frente do Three Sister e de la fomos para uma republica de estudantes. Ja estavamos em umas 8 pessoas!
Mal entramos no predio, ja ouviamos barulho de musica alta, pessoas indo e vindo na escada com buzinas, apitos, roupas de halloween e etc. Fiz amizade com um monte de gente apenas no sobe e desce a procura o apartamento certo e, cinco minutos depois, encontramos o bandito salao de festas.

Pessoas de todos os lugares do mundo estavam reunidas la, entre elas suecos, japoneses, argentinos (folgados, como de praxe), espanhois, italianos, filipinos, etc etc etc. A sensacao de poder conversar com todo mundo foi maravilhosa: “feliz a hora que decidi aprender ingles”, pensei.

Passada umas duas horas de nossa chegada, eu ja estava completamente envolvida e alegrinha por causa das cervejas e sangrias. Ja tinha dancado de tudo, de pop a flamenco, ja tinha “paquerado” (tinha um espanhol la melhor que Tom Cruise, sem brncadeira!), conversado com a maioria das pessoas, etc. Ate que o sueco, amigo do Guilherme, que eu ja conhecia de outras ocasioes, veio me oferecer um cigarro de “cravo” enquanto eu estava na janela fumando o meu rolling hand. Ele disse: experimenta, eh um cigarro de cravo que vende na Suecia. Ok, porque nao?!

O sabor era fantastico. Mais forte que um Gudan, mas mais fraco que… maconha?

Depois de duas tragadas e 10 minutos, comecei a perceber que eu nao estava bem. Minha boca comecou a secar, meus movimentos comecaram a ficar mais lentos, comecou a me dar muito sono. “Guilherme, eu acho que aquilo nao era flavor cigarette porcaria nenhuma. Aquilo era maconha com sabor”, eu disse no panico. Comecamos a discutir (saudavelmente), eu sabendo que estava mal por causa daquilo e ele dizendo que aquilo nao era maconha nem de longe.

Sentindo os efeitos, sentei no sofa e fiquei quietinha, esperando a coragem de ir embora ou de deitar no sofa de la mesmo, ate que o sueco sentou ao meu lado e perguntou se eu estava bem. “Nao! Nao estou bem! Vc me deu maconha pra fumar, e nao cigarro. Agora estou triste, com sono, com fome e querendo ir pra casa. Vc acabou com a minha festa”, eu disse em voz baixa, tentando nao ser agressiva. E ele respondeu: “Desculpe, nao vou mentir mais pra vc. Aquilo eh um tipo de maconha mesmo, mas eh uma droga legal e que deixa a gente feliz. Nao era pra vc estar assim. Olha o pessoal que fumou dancando e se divertindo…”. “ Nao importa! Vc podia ter me avisado. Nada contra quem fuma, mas eu odeio maconha e agora a festa pra mim acabou. Estou indo embora, tchau”, e sai.

O Guilherme veio atras de mim, dizendo estar cansado tbm (pra mim, ele tinha fumado e nao quis assumir que tbm estava sob o efeito daquela merda). Discutimos o caminho inteiro sobre isso, ate que me cansei e parei de falar. De que adianta discutir com gente que, alem de fumada, esta bebada?

Cheguei em casa, comi um belo lanche de queijo e presunto com um super copo de coca-cola as 3h da manha e fui dormir puta da vida… nao sei se eu estava mais puta com o sueco, com o Guilherme ou comigo.

A vida inteira eu escutei conselhos sobre nao aceitar bebida dos outros. Mas cigarro… essa foi nova pra mim.

Beijos!

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